sexta-feira, 24 de abril de 2009

Intervenções nos blogs-portfólios

Em nossa última aula do ESPEAD (13/04/09), uma colega perguntou se eu tinha um roteiro, um guia que orientasse as intervenções nos blogs-portfólios das alunas. Desde que iniciei no PEAD e um pouco antes, quando fui tutora da disciplina Midias e Tecnologias em Espaços Escolares, comecei a construir um formato de comentário nas atividades e demais postagens dos alunos, porém ele estava registrado apenas mentalmente.
O questionamento da colega me fez pensar numa forma de sistematizar esta orientação através do registro escrito. Entretanto o medo de compartilhar um "fazer errado" levou-me a, num primeiro momento, conversar com a Suelen* sobre sua visão e seu fazer estas intervenções.
Agora me sinto um pouco mais segura em compartilhar algumas orientações sobre as intervenções - peço apenas que não as tomem como verdades absolutas e incontestáveis, visto que tratam de uma construção permanente.
  • Clareza textual: DETALHAMENTO - muitas postagens são relacionadas com as atividades das interdisciplinas do PEAD, porém muitas vezes partem do pressuposto de que a atividade realizada é conhecida por todos e portanto não apresentam-na, não deixam claro o que foi realizado;
  • Foco: APRENDIZAGEM - existe uma preocupação em mostrar [nos blogs] o que foi feito, a aplicação de uma atividade com os alunos. Todavia é fundamental a reflexão sobre a ação, as aprendizagens de cada aluna-professora.
“Este artesanato intelectual, feito diariamente através da prática do registro, ajuda a construir a memória compreensiva, que é diferente daquela repetitiva e mecânica. Ela não é só uma recordação do aprendido, mas um ponto de partida para realizar novas aprendizagens. (...) Assim, o Diário é também um instrumento que vai alimentando a ligação entre teoria e prática.” (Warschauer, Cecília. A roda e o registro : uma parceria entre professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1993. p.62)
  • Embasamento:
  1. EVIDÊNCIAS - ações concretas que demonstram aprendizagens.
  2. ARGUMENTOS - posicionamento
  3. REFERÊNCIAS - identificar as ideias de outros autores. De onde vem esta ideia que utilizo para sustentar, argumentar, justificar, contrapor meu pensar?

“Registrar o não-documentado passa a ser de grande interesse para a compreensão da complexidade da escola. Da mesma forma, uma única sala de aula também é um mundo complexo, cheio de contrastes. Penetrar em seu interior, registrando sua(s) história(s) é também caminhar no sentido de um aprofundamento da compreensão das relações ali estabelecidas entre seus habitantes e conhecimentos.” (Warschauer, Cecília. A roda e o registro : uma parceria entre professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1993. p. 31)


Comentários nos blogs-portfólio 2009/1
Comentários nos blogs-portfólio 2009/2
Comentários nos blogs-portfólio 2010/1


* Tutora da Interdisciplina Seminário Integrador em São Leopoldo de 2006 à 2008.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sobre o fazer dos Projetos de Aprendizagem

Ao pensar em nossos Projetos de Aprendizagem minha grande dúvida é sobre a mudança de paradigma do aluno:
  • passividade na realização de tarefas --> responsabilidade e autonomia sobre suas aprendizagens
  • reprodução de informações transmitidas --> construção de conhecimentos;
Tal dúvida me leva a problematizar a postura do professor a partir da metáfora:
como provocar a sede e não apenas dar de beber?
Na aula presencial de Seminário Integrador VI (Pólo de São Leopoldo - 18/03/09) uma frase que representava a sentimento e angústia de muitas alunas tocou forte minhas reflexão:
"Nós não sabíamos o que queriam que a gente fizesse? Onde queriam que a gente chegasse?"

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Mapa conceitual

Em diversos momentos de minha trajetória acadêmica li e participei de discussões sobre mapas conceituais. Entretanto, ainda é uma dificuldade para mim diferenciá-los de esquemas, fluxogramas, mapas mentais. Acredito que tal diferenciação vai mais além do que o software utilizado na sua elaboração, ou até mesmo da sua apresentação (hierárquica X heterárquica).
A construção desta minha aprendizagem (o que são mapas conceituais?) está acontecendo a partir das orientações recebidas no ESPEAD e na disciplina Projetos de Aprendizagem em Ambientes Digitais. Eis meu trabalho a partir do texto Projeto? O que é? Como se faz? ( FAGUNDES, Léa et al. - http://www.oei.es/tic/me003153.pdf)
Para visualizar clique sobre a imagem.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Perguntas... (II)

Retomando a postagem anterior na tentativa de aprofundá-la, percebi que é importante trazer mais elementos da discussão sobre comentários, realizada em nossa aula do ESPEAD, no dia 30/10. Em nosso pequeno grupo (não recordo quem eram as colegas), salientamos que os comentários nas atividades das alunas do Pead precisam superar julgamentos, tais como bom, mau, bonito, interessante, etc, para provocar novas reflexões que propiciem o aprofundamento dos conhecimentos. Pensamos que os comentários devem abrir possibilidades ao diálogo e não ser um fim, um ponto final para a discussão, e acreditamos que isto seja possível através dos questionamentos que podemos deixar sobre o trabalho feito, perguntas que instiguem a pensar mais. Essas nossas considerações vão ao encontro da orientação da Profª Cíntia:
"quando escrevo uma interação com meu aluno/colega, escrevo para além do 'está bonito, gostei' do trabalho. Como 'bonito' e 'gostei' são adjetivos voláteis, expressá-los não garante 'interação'. No entanto, se, na interação, iniciar uma conversa com meu aluno a partir do que ele diz, é possível perceber o indicador me acompanha nesta interação... (...)
Considerando a interação mútua, pense que haverá uma resposta a tua escrita." (Wiki de Acompanhamento da Profª. Cíntia Boll)
Não há como esquecer que o ser humano é um ser de comunicação. Um ser de diálogo que se compõe e recompõe a partir dos diálogos que estabelece com os outros, com as coisas, com o mundo que o cerca. Assim, cada comentário precisa buscar possibilidades de exigir novas respostas. Entretanto, penso que nem sempre essas respostas serão imediatas, diretas, perceptíveis, como nos exemplos que apresento abaixo.

Em 11/11/07, a Jaqueline fez uma postagem sobre o fazer-se professor intitulada "Deixando cair a máscara" para a qual deixei o seguinte comentário:
Olá, Jaque!
Como é difícil romper com a metodologia na qual fomos ensinados? Porém isto não significa que estamos determinados a repetir aquilo que aprendemos, concordo contigo que temos a possibilidade de fazer diferente.
Entretanto quando falas em culpa me remete a noção de criminoso, por isto penso que é mais uma questão de assumir nossa responsabilidade sobre nossas ações, já pensaste que estas palavras podem assumir significados diferentes?
Fiquei com dúvida sobre a escolha deste marcador "TEATRO - AV", poderia explicar o porquê da escolha?
Abraços, Cátia
Dias depois recebi resposta via e-mail:
Olá,Catia,tudo bem?
Fico contente em receber sua visita em meu blog e ter a oportunidade de compartilhar minhas dúvidas e questionamentos.
Gostaria de esclarecer que realmente a palavra "culpa" tem vários significados,assim como há várias interpretações sobre nosso trabalho docente. Muitas vezes somos taxados com "incompetentes "enquanto que tentamos realizar o que aprendemos da melhor maneira possível.
Mas isso não quer dizer que não temos que procurar alternativas e estudar meios de melhorar e aperfeiçoar nosso conhecimento.
Nesta questão quis colocar que não me foi passado, durante meu caminho estudantil e nos aperfeiçoamentos, informações tão claras e interessantes que pudessem mudar meu modo de ver, pensar e agir. Por trás de todas as atividades que realizei com os alunos há muito mais coisas que desconhecia e que poderia ter feito melhor.
Quanto aos marcadores,fiquei em dúvida se poderia colocar os dois,perguntei a tutora Daiane (se não me engano ) e ela disse que sim.
Estes marcadores correspondem a artes visuais(AV) e teatro,coloquei-os porque nestas duas interdisciplinas tenho a mesma visão,o que foi comentado acima,sobre desconhecer e aprender mais sobre artes visuais e teatro.
Espero ter conseguido explicar e sanar suas dúvidas,fico a disposição para
novos questionamentos.
Um abraço, Jaque.

Outro exemplo, foi o diálogo provocado a partir de outra postagem feita pela mesma aluna em 12/10/07, sob o título "Grandes crianças ou crianças grandes ?"

Comentário meu:
Olá, Jaque!
Este olhar reflexivo para o passado, provoca as decisões e ações do presente tendo em vista o que esperamos do futuro.
Certa vez li que nós educadores somos "partejadores de futuro", e como tal precisamos olhar em nossas práticas o que podemos fazer para parir este tão desejado futuro. Neste mesmo texto (A Escola e o Conhecimento de Mario Sergio Cortella) dizia:
"Nosso tempo é este hoje em que já se encontra, em gestação, o amanhã. Não um qualquer, mas um amanhã intencional, planejado, provocado agora. Um amanhã sobre o qual não possuímos certezas, mas que sabemos possibilidade."
Continue compartilhando estas tuas possibilidades aqui no teu blog, através da rede que vamos construindo elas podem ser ampliadas, não achas?
Abraços, Cátia
Respostas da aluna - trechos de uma conversa via Skype:
[21/11/2007 21:17:20] jaque.ferreira1 diz: enviei e-mail respondendo aos teus questionamentos sobre as postagens no blog, recebeste?
[21/11/2007 21:19:33] ca.zilio diz: não!
[21/11/2007 21:21:49] jaque.ferreira1 diz: então vou procurar no meu arquivo e te enviar novamente,coloquei junto com o teu,em responder,era para ir anexado.
[21/11/2007 21:21:59] jaque.ferreira1 diz: vou ver o que aconteceu
[21/11/2007 21:22:26] jaque.ferreira1 diz: fiquei preocupada pois sempre recebo retorno dos e-mails
[21/11/2007 21:32:40] jaque.ferreira1 diz: não sei o que houve mas acabei de enviar novamente
[21/11/2007 21:33:58] jaque.ferreira1 diz: desculpa,não gosto de deixar vcs sem resposta,aprendemos e crescemos com os questionamentos.

Trecho do e-mail recebido:
Olá,Catia!
Refletir é preciso,compartilhar e mudar ainda mais.
Acredito que as respostas nem sempre serão dadas àquele que pergunta, talvez ele nem venha conhecê-las e isto não quer dizer que eles não existam, ou tenham menor valor. Também considero importante destacar que as respostas precisam ser concebidas apenas como breves instantes entre sua busca e um novo questionamento.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Perguntas...

A partir da atividade realizada no dia 30/10 sobre os comentários nos trabalhos das alunas do PEAD, fiquei pensando na conversa que tivemos em nosso pequeno grupo sobre as perguntas e provocações que deixamos para as alunas.
Quase um mês depois, recebi e-mail de uma aluna respondendo aos questionamentos que fiz em seu blog e um comentário de outra no meu blog mexeram comigo mais uma vez e me instigaram a fazer uma pequena postagem em meu blog.
Certezas nos acalmam, mas são as perguntas que nos movimentam.
As certezas dão idéia de conclusão, de que está tudo pronto e acabado.
As perguntas nos incomodam ao mexer com as certezas; transformam o que é certo em incerto; assim nos provocam a buscar sempre mais.

domingo, 14 de outubro de 2007

Dúvidas sobre o "bom argumento"

A grande dificuldade na escrita neste espaço público - passível de avaliação e julgamentos - reside no medo de estar errada. Entretanto tenho escutado, em diversos momentos e espaços, que é preciso romper com esta dicotomia CERTO X ERRADO. Porém, isto deixou em mim uma grande dúvida:
  • É possível pensar além de uma classificação certo/errado?
  • Conseguimos fugir destas categorias?
  • Que outras categorias poderemos usar ou não usar nenhuma?
  • Será que não poderemos cair na armadilha de pensar somente no certo?
  • Tudo é certo?
  • E onde fica aquilo que não consideramos certo?
Culpado ou inocente?
Verdadeiro ou falso?
Mau ou bom?

  • Será que a alternativa é pensar em graus?
+ certo, - errado
- certo, + errado
  • Quais nossas possibilidade?